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Marco d’Aviano é um dos personagens mais importantes da história religiosa e política do décimo sétimo século da Europa. Nasceu em Aviano, na região do Friuli, norte da Itália, no dia 17 de novembro de 1631 na família Cristofori e foi batizado com o nome de Carlo Domenico.
Em 1648 entrou a ordem dos Capuchinhos, foi ordenado sacerdote em 1655. Era um pregador excepcional, anunciador de paz e de perdão em muitas nações cidades da Europa, foi definido o taumaturgo do século pelo Papa Inocêncio XI por causa dos inúmeros prodígios que acompanharam o seu apostolado. Conselheiro e padre espiritual do imperador da Áustria Leopoldo I, apoiou com entusiasmo a unidade dos estados europeus diante do perigo comum da invasão otomana que em 1683 chegou às portas de Viena. A história europeia teria tido um outro desfecho se no dia 12 de setembro daquele ano Marco d’Aviano, enviado pelo Papa para encorajar os defensores da cristandade, não tivesse obtido a libertação da capital do Império. O capuchinho contribuiu também para a libertação de Buda, da Hungria e de Belgrado. Nesta última cidade salvou a vida de oitocentos prisioneiros mulçumanos. Defendeu também os hebreus de Pádua.
As intuições deste grande religioso conservam ainda hoje a sua atualidade e são chegaram até nós em particular através da abundante correspondência que manteve com o imperador Leopoldo, com governadores, com nobres e eclesiásticos famosos da segunda metade do século XVII. São bem merecidos os títulos de “homem dos conselhos” e de “médico da Europa” que lhe foram atribuídos. Justamente no exercício desta missão, Marco d’Aviano morreu em Viena no dia 13 de agosto de 1699, acompanhado na sua agonia, pelo imperador e sua consorte. No dia 27 de abril foi proclamado beato por João Paulo II.
Este calendário deseja recordar, após um ano, este acontecimento, esperado durante séculos e preparado pela vontade tenaz do Vice-postulador da causa de canonização Pe. Venanzio Renier e pela atividade de animação pastoral e cultural promovida pelo comitê Pe. Marco d’Aviano que há tempos atua na terra natal do beato.
BEATO MARCO D’AVIANO
Nasceu em Aviano no dia 17 de novembro 1631 (terceiro de onze filhos). Seus pais eram Pasquale Cristofori e rosa Zanoni. Foi batizado no mesmo dia com o nome de Carlo Domenico. em 1643 recebeu o sacramento da confirmação. Frequentou os estudos superiores em um colégio dirigido por padres Jesuítas na cidade de Gorizia. De lá – quatro anos mais tarde – fugiu com o desejo de socorrer os habitantes de Veneza que defendiam a ilha de Candia, assediada pelos Turcos. Chegando em Capodistria desistiu deste projeto e foi acompanhado de volta para casa pelos Capuchinhos aos quais tinha pedido ajuda. Em 1648, aos dezessete anos, entrou no noviciado daquela congregação na cidade de Conegliano e com a vestição e profissão religiosa assumiu i nome de Frei Marco d’Aviano. No dia 18 de setembro de 1655 foi ordenado sacerdote em Chioggia. Em 1664 recebeu a autorização para ser pregador popular, missão que logo começou a exercitar e na qual obtinha grande resultados. Foi também o guardião de dois conventos, em Belluno e em Ordezo.
A sua pregação, unida a uma vida exemplar, atinge fama continental a partir de 1676 quando começam improvisadamente tantas conversões e curas prodigiosas que ele recebeu o título de “taumaturgo do século”. A sua popularidade chega à França, Bélgica, Holanda, Suíça, Tirolo, Baviera, Áustria e aos estados da Alemanha, Boêmia e Eslovênia, onde Padre Marco chega nas suas viagens missionárias solicitadas pelos bispos visando a renovação espiritual daquelas nações. Multidões imensas se reúnem para escutá-lo e recebem a sua bênção, que é sempre acompanhada de fatos excepcionais. A primeira preocupação de Padre Marco era exortar e favorecer o arrependimento dos pecados, por isso convidava a recitar publicamente o ato de contrição perfeito; mostrava grande respeito para com os protestantes, considerando-os irmãos e convidando todos à união.
Mas a sua hora de impacto na história está marcada para o ano de 1683, em ocasião da invasão da Europa por parte do exército otomano (aproximadamente cento e cinquenta mil homens armados), que chegou a assediar a cidade de Viena, sede do imperador da Áustria Leopoldo I: já há alguns anos ele é amigo de Marco d’Aviano e se beneficia dos seus conselhos preciosos na sua atividade de governante, caracterizada frequentemente pela indecisão e pelas dúvidas.
Diante do perigo iminente (desejavam transformar Viena na capital de um segundo império turco no coração da Europa), que tanto preocupava o para Beato Inocêncio XI, Padre Marco foi enviado como legado pontifício junto à coalizão de defesa, composta per somente setenta mil homens. A sua atividade de mediação obteve um acordo entre diversos chefes da aliança, rivais entre si, e colocou o rei da Polônia Giovanni Sobieski como chefe da coalizão. Depois disso, Marco d’Aviano encorajou todo o exército durante um dia de oração. Na Alba do dia fatídico (12 de setembro de 1683) celebrou a missa, servida pelo rei polonês, infundiu em todos o entusiasmo e a certeza da vitória e ofereceu a sua vida a Deus pela salvação da Europa cristã. A vitória chegou gloriosa, marcando uma etapa importante na história do continente, que pode preservar a sua identidade religiosa e cultural. A missão de Marco d’Aviano continuou nos anos seguintes, promovendo alianças entre os estados europeus e promovendo a libertação dos Bálcãs da opressão turca: em setembro de 1686 a capital da Hungria, Buda, foi libertada após quase um século e meio de dominação otomana, e em 1688 foi a vez da fortaleza de Belgrado, onde Padre Marco conseguiu salvar a vida de oitocentos soldados turcos. No entanto, ele continuava a dedicar-se à pregação, animada e convincente, sobretudo no reino de Veneza (ficaram célebres as suas pregações quaresmais), mantendo sempre correspondência com as pessoas influentes da época, em particular como conselheiro espiritual do imperador Leopoldo I que frequentemente solicita a sua presença em Viena.
Durante a última viagem na capital da Áustria, Marco d’Aviano morreu, extenuado pelos esforços, na presença do imperador e da sua esposa a imperatriz Eleonora, apertando entre as mãos o crucifixo que sempre carregava consigo. Eram 11 horas do dia 13 de agosto de 1699. Foi sepultado em Viena na igreja dos Capuchinhos.
Após um longo e cuidadoso processo suas virtudes cristãs (declaradas heroicas) e após a atribuição oficial de um milagre obtido pela sua intercessão, Marco d’Aviano foi elevado à honra dos altarares pelo papa João Paulo II, com o título de beato na Praça da Basílica Vaticana no dia 27 de abril de 2003.
ORAÇÃO DE INTERCESSÃO
Trindade Santa,
Padre, Filho e Espírito Santo
nós te adoramos e te glorificamos
porque tu és o Bem, o supremo Bem,
de onde todo bem se origina.
Tu fizeste o bem-aventurado Marco d’Aviano um apóstolo da paz,
um promotor da união entre os povos da Europa,
um pai para os mais fracos e indefesos,
um poderoso operador de milagres espirituais e materiais.
Dai a nós também,
por sua intercessão
o mesmo espírito de fé, de amor fraterno,
de concórdia, de paz
e a graça que nós imploramos…
Glória ao Pai…